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Pequenos grandes nadas que me vao acontecendo...
Um dia descobri, que para além de mim, mais alguém me olhava como sou, pois ao ver o meu reflexo numa folha que se desenhava, observei outro rosto que não o meu.
Talvez assim se explique esta voz igual à minha que se faz soar baixinho, talvez assim se justifique o mesmo toque, a mesma forma de olhar, as mesmas janelas que se fazem abrir, as mesmas portas que se fazem destrancar.
Talvez assim se justifique, o porquê de o pano cair, de a plateia abandonar a sala, de as luzes se fazerem morrer, de os actores se recolherem, e no entanto a magia continuar… justifica-se … pois eu e tu não somos actores, não representamos, não fingimos, não fazemos por agradar… ahhh … mas agrada tanto … de actores colocamos apenas a intensidade com que soltamos a nossa alma, somos menino e menina porque aqui nos encontramos, somos almas despidas cujo corpo se desnuda num leve descair de roupa, culpa de um sopro, de um suspiro, de um suspiro que é mais que um suspiro... é uma confissão assinada de que aqui pertenço pois aqui sou visto, e o ser visto é muito mais do que simplesmente olharem para mim.
Assim se justifica, a constante presença desta imagem no meu reflexo.
JP
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