Diario de Bordo

Maria:
Bom dia, peço desculpa, bem sei que estou em mora, já vou atrasado, mas gostaria de deixar uma frase, também famosa, e que, ao contrário da frase da Virgínia Woolf, que se fica pela dualidade sonho/acordado, mas gostaria de lhe trazer uma mais filosófica que nos conduz a um universo, que é permanente, do sonho em que estamos inseridos.
Calderon de Barca, famoso dramaturgo espanhol de século dezassete, que escreveu uma peça de teatro intitulada de “a vida é sonho”, a certa altura um dos personagens, enfim, à boa maneira shakespeariana diz: “Que é a vida? Um frenesi. Que é a vida? Uma ilusão, uma sombra, uma ficção; o maior bem é tristonho, porque toda a vida é sonho e os sonhos, sonhos são.”
Por isso no dealbar da controvérsia entre Woolf e de la Barca, por mim ora suscitados, prefiro o deste último porque assim não há o sonho e acordado, mas sim, a permanência do sonho, tal como aquele poema de Pessoa que diz “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”, sobretudo para quem é imaginativo como eu.
Um bom dia para si Maria