Ainda te lembrarás de mim, ou guardas apenas as imagens do que nunca fui?
Saudades do que não vivi?
Lamentos do que não tive?
Ouvir-me-ás no silêncio na noite,
Na espera do dia ou no segredo dos meus sonhos quando chamo por ti?
Quererás matar a curiosidade do resultado final daquilo que ambos inventámos?
Sentirás ainda os meus olhos roubando o teu sorriso sem querer, fugindo com ele, p'ra longe dos olhares de quem nos vê e beijá-lo as vezes que eu quiser?
Saberás tu procurar o meu rosto nos lugares onde existo, encontrar-me no meio da multidão?
Dantes, tinha esperança que sim, que me sentisses à noite, dando-te a mão em segredo, mas tu optaste p'lo refúgio... partiste e foram-se os beijos que te "dei", de tudo o que já te declarei, ficando apenas a recordação do que só eu interpreto, como se tudo o que já fora escrito estivesse destinado a ser assim...
Agora, os dias vão passando, como folhas de um caderno em branco, que se desfolha sozinho com o vento, mostrando apenas que o que fica é o que sinto..."
Com efeito o passado tem esse efeito de criar esse agridoce sentir da nostalgia. É interessante pensar também que o motivo da próxima nostalgia pode ainda nem estar à vista na linha do horizonte. Quando somamos tudo chamamos-lhe existir, viver e ser, tudo o que somos.