Guardei-te nas canções que ouvi com o coração pousado em ti.
Guardei-te nos nossos risos que se misturavam no ar.
Guardei-te nos meus desejos secretos que nunca fui capaz de partilhar contigo.
Guardei-te nas conversas noite fora.
Guardei-te num abraço apertado e nos outros que te quis dar.
Guardei-te nesse cuidado que tinhas comigo e guardei-te nessa capacidade que ninguém mais tem, de me fazer falar.
Guardei-te de manhã, quando foste primeiro pensamento do raiar do dia.
Guardei-te à noite, quando só ansiava o dia seguinte para te saber de novo.
Guardei a tua voz para os dias em que ela me faltasse.
Guardei o teu toque, para que o recordasse quando a tua falta me apertasse.
Guardei-te nos momentos parcos em repetições, mas tão cheios de cor e sensações.
Guardei cada pedacinho de ti em mim... E eu, que penso em tudo e que antecipo tudo, não previ que as saudades fossem conviver comigo todos os dias.
Sinto a tua falta no bom dia da manhã e no beijo de boa noite.
Sinto a tua falta nas barreiras que criamos e não fomos capazes de destruir.
Sinto a tua falta nos teus silêncios que não sei descodificar...
E perco-me entre o largar e o manter-te por perto...
(Chocolate não doi)