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Pequenos grandes nadas que me vao acontecendo...
Há dias órfãos. Como hoje, não se sabem donde vêm ou como apareceram...
Não lhes sabemos a origem ou a árvore geneológica do pedigree.
Acorda-se triste e só se pensa em quando é que poderemos voltar para a cama para enterrar o dia, quando na verdade o que nos assusta não é o dia, mas os que se seguirão.
O futuro como problema presente. Todos os futuros, porque temos muitos no mesmo - a vida sendo uma só tem muitas facetas, como nós.
E eu estou com medo, e estou cansada, e sem forças para nada, mesmo que não possa estar assim, mesmo que a vida agora não mo permita, estou.
E isso implica mais esforço para compensar a inércia, o cansaço, o desalento.
E nada que puxe, nada que me puxe da cama. Nada, a não ser a obrigação. Nada faz sentido senão o sentido do dever que me obrigo a sentir.
Aqui sentada, sinto os ombros embrulhados nas orelhas de tanta tensão, de tanto cansaço, de tanto medo.
Só me apetecia ir para um sitio destes, longínquo, desterrado, amplo, onde ninguém esperasse nada de mim, onde ninguém se pudesse desiludir, e onde a solidão é uma bênção de paz, de sossego, de tranquilidade.
Há dias em que a única coisa má da solidão é acabar antes de nós termos acabado com ela.
Às vezes, o pior da solidão é saber que vamos ter de voltar ao mundo e enfrentá-lo.
Quando na nossa solidão estávamos tão bem, tão aninhados, e quase protegidos dos outros a que não chegamos, mesmo quando queriamos chegar. Na solidão chegamos e bastamo-nos, chega a ser reconfortante não haver comparações, expectativas ou ansiedades de futuro.
Somos, simplesmente. Sem medo de ser, ou medo de não ser.
O pior da solidão é acabar onde começa um mundo que tememos e não dá trégua.
E nos vence todos os dias.
(Algures encontrado e que tinha guardado no meu bau para dias como hoje)
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