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Diario de Bordo

Pequenos grandes nadas que me vao acontecendo...

Diario de Bordo

Pequenos grandes nadas que me vao acontecendo...

Sex | 28.08.20

Para me relembrar!

Hoje e sempre!

Calimero

O tempo pode rabiscar o teu rosto

Pode pratear os teus cabelos
Mas não deixes que o tempo te apague o viço
Nem te adormeça o riso
Conserva o teu jeito de olhar macio
A tua capacidade de sonhar
Guarda em ti as vontades mais absurdas
Os desejos mais infantis
Conserva a tua poesia, o teu amor proibido
Reserva também a tua indignação, a tua rebeldia
Guarda a tua teimosia
Não te acomodes com as voltas do tempo
Renova-te a cada manhã, a cada pão. 
Por dentro, não deixes que o tempo te roube a vida.
 
(Ana Luiza Fireman)
 

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Sex | 21.08.20

Nostalgia em dia cinzento!

Calimero
Ainda te lembrarás de mim, ou guardas apenas as imagens do que nunca fui?
 
Saudades do que não vivi?
Lamentos do que não tive?
 
Ouvir-me-ás no silêncio na noite,
Na espera do dia ou no segredo dos meus sonhos quando chamo por ti?
Quererás matar a curiosidade do resultado final daquilo que ambos inventámos?
Sentirás ainda os meus olhos roubando o teu sorriso sem querer, fugindo com ele, p'ra longe dos olhares de quem nos vê e beijá-lo as vezes que eu quiser?
Saberás tu procurar o meu rosto nos lugares onde existo, encontrar-me no meio da multidão?
 
Dantes, tinha esperança que sim, que me sentisses à noite, dando-te a mão em segredo, mas tu optaste p'lo refúgio... partiste e foram-se os beijos que te "dei", de tudo o que já te declarei, ficando apenas a recordação do que  só eu interpreto, como se tudo o que já fora escrito estivesse destinado a ser assim...
 
Agora, os dias vão passando, como folhas de um caderno em branco, que se desfolha sozinho com o vento, mostrando apenas que o que fica é o que sinto..."
 
 

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Qua | 12.08.20

A vida...

Calimero
A vida, as suas perdas e os seus ganhos, a sua
mais que perfeita imprecisão, os dias que contam
quando não se espera, o atraso na preocupação
dos teus olhos, e as nuvens que caíram
mais depressa, nessa tarde, o círculo das relações
a abrir-se para dentro e para fora
dos sentidos que nada têm a ver com círculos,
quadrados, rectângulos, nas linhas
rectas e paralelas que se cruzam com as
linhas da mão;
 
a vida que traz consigo as emoções e os acasos,
a luz inexorável das profecias que nunca se realizaram
e dos encontros que sempre se soube que
se iriam dar, mesmo que nunca se soubesse com
quem e onde, nem quando; essa vida que leva consigo
o rosto sonhado numa hesitação de madrugada,
sob a luz indecisa que apenas mostra
as paredes nuas, de manchas húmidas
no gesso da memória;
 
a vida feita dos seus
corpos obscuros e das suas palavras
próximas.
 
Nuno Júdice, in "Teoria Geral do Sentimento"

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Sex | 07.08.20

Os amigos!

Calimero

Os amigos a sério são aqueles que nos levam a sério.

Os amigos que nos levam a sério estão sempre a brincar connosco e a pregar-nos partidas, mas não nos partem o coração nem brincam com os nossos sentimentos.

Os amigos a sério sabem brincar. Saber brincar é levar as pessoas a sério.

Os amigos a sério riem-se connosco e às vezes deles e outras vezes de nós, mas nunca fazem pouco das nossas fragilidades e das nossas lágrimas.

Quando nos acontece alguma coisa que nos faz sofrer, os amigos a sério não acham piada. Sofrem connosco.

Não nos dizem que sabem o que estamos a sentir, porque sabem que não sabem.

Os amigos a sério sabem que a dor de cada um é a dor de cada um. Sabem que a dor é pessoal e intransmissível.

Os amigos a sério sabem que dizer-nos que sabem o que estamos a sentir só aumenta a nossa dor porque a diminui.

Nós não queremos ouvir essas palavras quando estamos em sofrimento.

Por isso, os amigos a sério não as dizem.

Abraçam-nos com força e perguntam-nos como nos podem ajudar e o que podem fazer por nós.

(lado.a.lado)

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Qui | 06.08.20

Para lema de vida!

Calimero
Amar. Ser amado.
Nunca esquecer sua própria insignificância.
Nunca se acostumar com a violência indescritível e a disparidade vulgar da vida ao seu redor.
Buscar alegria nos lugares mais tristes. Para buscar a beleza em seu covil.
Nunca simplificar o que é complicado ou complicar o que é simples.
Para respeitar a força, nunca o poder.
Acima de tudo, para assistir.
Para tentar entender.
Para nunca desviar o olhar.
E nunca, nunca esquecer.
 
(Arundhati Roy, The Cost of Living)
 

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